Animal Racional
Animal !!! Racional ???
A resposta mais simples e direta que encontro a pergunta “O que é o Homem?” é que ele é um animal. De pronto me vem a tentação de complementar com algo Aristotélico como: É um animal racional. Gostaria de não ser tão impetuoso, mas também não ser do contra, e dizer que o homem é sim um animal com possibilidades racionais. Animal, pois que se possui todas as qualidades (aqui não como virtudes, mas como características, predicados e propriedades) do reino animal, e como eles, nasce, vive e morre, faz sexo, reproduz-se, respira, e necessita beber e comer, entre outras qualificações.
Não sei porque ainda me espanta que algumas pessoas, entre elas alguns conhecidos, mesmo com um bom grau de cultura, se sintam ofendidos, ou pelo menos desconfortáveis, de serem chamados de animais. Mas o que seriam eles? Espíritos de luz!!! Sim somos todos animais. Alguns conhecidos me questionam que os animais não sentem alegria, que não possuem inteligência e nem que são conscientes. Sinceramente isto ainda me espanta, como podemos sem perceber, sem maldarmos, sermos tão arrogante e afirmar como certezas, o que muitas vezes não sabemos. Acabamos sendo levados por conceitos errados, como se verdade absoluta fossem. Como forte é o poder de catequese e de indução que algumas, muitas delas irresponsáveis, autoridades do saber possuem sobre boa parte da população. O sistema, o poder dominante, na defesa de seus interesses, acabam dando mais valor a dogmas e preceitos religiosos do que a conhecimentos científicos, e assim concordam ou permitem que a imagem de que o ser humano seja criação perfeita de algum deus seja naturalmente confundida com verdade. E por engano de entendimento, as pessoas acabam por afirmar, de forma meramente repetitiva, peremptoriamente, que animais não sentem alegria, que não possuem inteligência, que não possuem sentimentos e que nada possuem de consciência. Como!? Como pode alguém ser tão insensível assim? Animais possuem muito mais do que simples alegria, sentem medo, são empáticos, são conscientes de si mesmo, são capazes de aprender, possuem até senso básico de justiça, e possuem complexas relações emocionais e cognitivas, não todos é claro, e mesmo assim em diferentes intensidades, e todos eles em menor magnitude do que nós, os “pseudos” humanos, simplesmente porque o nosso cérebro ainda possui a maior relação neurônio/volume corporal entre os animais em nosso planeta. Os grandes primatas, todos eles possuem estas capacidades, e eu destacaria os bonobos e os chipanzés, mas também elefantes e outros. Existem estudos em que até mesmo animais que vemos como sem brilho emocional algum, como as galinhas ou cabras, possuem na verdade complexa relação emocional. De forma simples e direta, quem já teve um cachorro e viu no seu comportamento a alegria estampada, até mesmo em seu “semblante” (propositalmente para não falar focinho), sabe que animais sentem alegria sim, mesmo gatos com seu estilo arredio demonstram clara alegria. Agora o que falar dos nossos primos próximos, os chipanzés ou os bonobos, e dos primos um pouco mais distantes, os orangotangos e os gorilas. Nos momentos em que falo isto, muitas pessoas logo retrucam de que o que falo significa para os animais mero instinto, que de verdade nada sentem, apenas aparentam sentir com um agir mecânico. Sempre que ouço isto ponho-me a pensar, certo ou errado, que por esta assertiva, a nossa alegria também poderia ser instinto, e talvez seja mesmo, pois que atua muito no submundo do inconsciente. O instinto não significa nada sentir, ou apenas atuar e agir mecanicamente. O instinto significa, para mim, que o que sentimos ocorre de dentro para fora, de nossas entranhas mentais e emocionais, sem um maior controle consciente, e tanto a felicidade como a alegria nascem do submundo de nosso ser e agem como serviços zumbis mentais que no fundo ainda desconhecemos. O que pode nos diferenciar dos animais é uma capacidade de mentir abertamente a felicidade ou alegria, e de mentir sentimentos e emoções segundo nossos interesses (realmente somos melhores neste tocante pois mentir é uma de nossa especialidades). Somos animais sim! Somos mais ainda, somos de alguma forma aparentados com todos os seres vivos conhecidos, evoluímos na mesma arvore geral de todas as espécies conhecidas, da bactéria, dos procariontes, até os animais que hoje dão a graça de viver conosco, na mesma arvore em que evoluíram vegetais, fungos, arqueões e etc... Quando falo que nossa evolução final é recente, que evoluímos mais recentemente de espécies símias, e viemos da África, alguns dos meus amigos simplesmente debocham, em geral os mais religiosos. A religião segundo eles é clara, e ela afirma (pelo menos as de origem cristã) que somos imagem e semelhança de um deus, criados por escolha direta dele para dominar a terra e merecer, ou não, o reino de deus, pelo nosso livre arbítrio, e não que evoluímos de “macaco” algum. Por favor, não quero, não devo e nem posso afirmar que todo religioso seja fundamentalista ou agarrado a estas crenças, muitos religiosos e religiões já começam a abertamente aceitar a evolução, mas como um projeto do próprio deus, conhecida hoje de forma mais genérica como “design inteligente”. Mas se somos filhos de algum projeto, com certeza não o somos de nenhum “projeto inteligente”, seriamos mais o resultado de um projeto falho e com muitos erros, visto os problemas físicos, mentais e emocionais a que estamos constantemente sujeitos, mas este não é assunto para este texto. Cada vez mais fica impossível fazer vistas grossas a evolução, ela é hoje a razão de ser de quase toda, se não de toda, a biologia. Desta forma muitos já aceitam a evolução, mas infelizmente ainda existem muitos que não conseguem aceitá-la.
Como a presunção, a vaidade e o fanatismo, mesmo não intencional, fazem mal as pessoas. Quando por provocação falo da maldade humana, a resposta é em geral a de que a imagem e semelhança de deus é apenas na origem, que ele nos deu o livre arbítrio para sermos bons ou maus. Quando provoco que a neurociência está caminhando para provar que não existe livre arbítrio, ou que pelo menos ele não é livre na consciência, e que talvez o seja no inconsciente, simplesmente bradam que a ciência nada pode falar de fé, e logo resgatam o sentido de separação de doutrinas, a científica e a religiosa...
Eu sei que algumas vezes ajo de forma um pouco “grosseira” para com alguns conhecidos, mas é apenas uma forma de ver até onde vão os preconceitos acerca do que somos. Para alguns deles, mais vale o que está escrito, o que foi revelado, o que foi afirmado por agentes que se auto determinam autoridades do saber, do que toda e qualquer racionalidade mais séria, ou mesmo prova científica evidenciada.
Por isto discordo do que se costuma chamar de definição aristotélica, o homem não é um animal racional, ele possui sim capacidades racionais, mas abre mão delas em nome de muitas coisas, desde crenças, juízos de fé, até mesmo de interesses pessoais ou corporativos...
Animal !!! Racional ???
A resposta mais simples e direta que encontro a pergunta “O que é o Homem?” é que ele é um animal. De pronto me vem a tentação de complementar com algo Aristotélico como: É um animal racional. Gostaria de não ser tão impetuoso, mas também não ser do contra, e dizer que o homem é sim um animal com possibilidades racionais. Animal, pois que se possui todas as qualidades (aqui não como virtudes, mas como características, predicados e propriedades) do reino animal, e como eles, nasce, vive e morre, faz sexo, reproduz-se, respira, e necessita beber e comer, entre outras qualificações.
Não sei porque ainda me espanta que algumas pessoas, entre elas alguns conhecidos, mesmo com um bom grau de cultura, se sintam ofendidos, ou pelo menos desconfortáveis, de serem chamados de animais. Mas o que seriam eles? Espíritos de luz!!! Sim somos todos animais. Alguns conhecidos me questionam que os animais não sentem alegria, que não possuem inteligência e nem que são conscientes. Sinceramente isto ainda me espanta, como podemos sem perceber, sem maldarmos, sermos tão arrogante e afirmar como certezas, o que muitas vezes não sabemos. Acabamos sendo levados por conceitos errados, como se verdade absoluta fossem. Como forte é o poder de catequese e de indução que algumas, muitas delas irresponsáveis, autoridades do saber possuem sobre boa parte da população. O sistema, o poder dominante, na defesa de seus interesses, acabam dando mais valor a dogmas e preceitos religiosos do que a conhecimentos científicos, e assim concordam ou permitem que a imagem de que o ser humano seja criação perfeita de algum deus seja naturalmente confundida com verdade. E por engano de entendimento, as pessoas acabam por afirmar, de forma meramente repetitiva, peremptoriamente, que animais não sentem alegria, que não possuem inteligência, que não possuem sentimentos e que nada possuem de consciência. Como!? Como pode alguém ser tão insensível assim? Animais possuem muito mais do que simples alegria, sentem medo, são empáticos, são conscientes de si mesmo, são capazes de aprender, possuem até senso básico de justiça, e possuem complexas relações emocionais e cognitivas, não todos é claro, e mesmo assim em diferentes intensidades, e todos eles em menor magnitude do que nós, os “pseudos” humanos, simplesmente porque o nosso cérebro ainda possui a maior relação neurônio/volume corporal entre os animais em nosso planeta. Os grandes primatas, todos eles possuem estas capacidades, e eu destacaria os bonobos e os chipanzés, mas também elefantes e outros. Existem estudos em que até mesmo animais que vemos como sem brilho emocional algum, como as galinhas ou cabras, possuem na verdade complexa relação emocional. De forma simples e direta, quem já teve um cachorro e viu no seu comportamento a alegria estampada, até mesmo em seu “semblante” (propositalmente para não falar focinho), sabe que animais sentem alegria sim, mesmo gatos com seu estilo arredio demonstram clara alegria. Agora o que falar dos nossos primos próximos, os chipanzés ou os bonobos, e dos primos um pouco mais distantes, os orangotangos e os gorilas. Nos momentos em que falo isto, muitas pessoas logo retrucam de que o que falo significa para os animais mero instinto, que de verdade nada sentem, apenas aparentam sentir com um agir mecânico. Sempre que ouço isto ponho-me a pensar, certo ou errado, que por esta assertiva, a nossa alegria também poderia ser instinto, e talvez seja mesmo, pois que atua muito no submundo do inconsciente. O instinto não significa nada sentir, ou apenas atuar e agir mecanicamente. O instinto significa, para mim, que o que sentimos ocorre de dentro para fora, de nossas entranhas mentais e emocionais, sem um maior controle consciente, e tanto a felicidade como a alegria nascem do submundo de nosso ser e agem como serviços zumbis mentais que no fundo ainda desconhecemos. O que pode nos diferenciar dos animais é uma capacidade de mentir abertamente a felicidade ou alegria, e de mentir sentimentos e emoções segundo nossos interesses (realmente somos melhores neste tocante pois mentir é uma de nossa especialidades). Somos animais sim! Somos mais ainda, somos de alguma forma aparentados com todos os seres vivos conhecidos, evoluímos na mesma arvore geral de todas as espécies conhecidas, da bactéria, dos procariontes, até os animais que hoje dão a graça de viver conosco, na mesma arvore em que evoluíram vegetais, fungos, arqueões e etc... Quando falo que nossa evolução final é recente, que evoluímos mais recentemente de espécies símias, e viemos da África, alguns dos meus amigos simplesmente debocham, em geral os mais religiosos. A religião segundo eles é clara, e ela afirma (pelo menos as de origem cristã) que somos imagem e semelhança de um deus, criados por escolha direta dele para dominar a terra e merecer, ou não, o reino de deus, pelo nosso livre arbítrio, e não que evoluímos de “macaco” algum. Por favor, não quero, não devo e nem posso afirmar que todo religioso seja fundamentalista ou agarrado a estas crenças, muitos religiosos e religiões já começam a abertamente aceitar a evolução, mas como um projeto do próprio deus, conhecida hoje de forma mais genérica como “design inteligente”. Mas se somos filhos de algum projeto, com certeza não o somos de nenhum “projeto inteligente”, seriamos mais o resultado de um projeto falho e com muitos erros, visto os problemas físicos, mentais e emocionais a que estamos constantemente sujeitos, mas este não é assunto para este texto. Cada vez mais fica impossível fazer vistas grossas a evolução, ela é hoje a razão de ser de quase toda, se não de toda, a biologia. Desta forma muitos já aceitam a evolução, mas infelizmente ainda existem muitos que não conseguem aceitá-la.
Como a presunção, a vaidade e o fanatismo, mesmo não intencional, fazem mal as pessoas. Quando por provocação falo da maldade humana, a resposta é em geral a de que a imagem e semelhança de deus é apenas na origem, que ele nos deu o livre arbítrio para sermos bons ou maus. Quando provoco que a neurociência está caminhando para provar que não existe livre arbítrio, ou que pelo menos ele não é livre na consciência, e que talvez o seja no inconsciente, simplesmente bradam que a ciência nada pode falar de fé, e logo resgatam o sentido de separação de doutrinas, a científica e a religiosa...
Eu sei que algumas vezes ajo de forma um pouco “grosseira” para com alguns conhecidos, mas é apenas uma forma de ver até onde vão os preconceitos acerca do que somos. Para alguns deles, mais vale o que está escrito, o que foi revelado, o que foi afirmado por agentes que se auto determinam autoridades do saber, do que toda e qualquer racionalidade mais séria, ou mesmo prova científica evidenciada.
Por isto discordo do que se costuma chamar de definição aristotélica, o homem não é um animal racional, ele possui sim capacidades racionais, mas abre mão delas em nome de muitas coisas, desde crenças, juízos de fé, até mesmo de interesses pessoais ou corporativos...