Retratos de um dia qualquer
As horas passam, mais um dia que, muito lentamente, vai terminando.
Vivo de pequenos momentos de alegria e enormes lembranças.
Expectativas se transformam em desilusões muito depressa.
Mais depressa do que o tempo que uma dose de café leva para esfriar.
Olho pela janela e vejo um mundo que parece que foi feito para todos, menos para mim.
Ao entardecer, sigo ao rumo do templo de Atena, templo esse que, algumas vezes, parece com o de Dionísio.
No final das orgias mentais, retorno para o local de repouso.
Salvo algumas exceções, a escuridão é minha companheira.
A longa distancia que será percorrida, para o ódio das minhas pernas, passa muito devagar acompanhado da escuridão.
Pelas ruas quadradas, vou divagando meus pensamentos, alguns em voz alta.
Posso parecer louco, mas é apenas liberdade de expressão.
Não posso agradar atenienses e espartanos, mas posso agradar o turbilhão de sentimentos que passa em meu interior.