Retratos de um dia qualquer

As horas passam, mais um dia que, muito lentamente, vai terminando.

Vivo de pequenos momentos de alegria e enormes lembranças.

Expectativas se transformam em desilusões muito depressa.

Mais depressa do que o tempo que uma dose de café leva para esfriar.

Olho pela janela e vejo um mundo que parece que foi feito para todos, menos para mim.

Ao entardecer, sigo ao rumo do templo de Atena, templo esse que, algumas vezes, parece com o de Dionísio.

No final das orgias mentais, retorno para o local de repouso.

Salvo algumas exceções, a escuridão é minha companheira.

A longa distancia que será percorrida, para o ódio das minhas pernas, passa muito devagar acompanhado da escuridão.

Pelas ruas quadradas, vou divagando meus pensamentos, alguns em voz alta.

Posso parecer louco, mas é apenas liberdade de expressão.

Não posso agradar atenienses e espartanos, mas posso agradar o turbilhão de sentimentos que passa em meu interior.

João Cofferri
Enviado por João Cofferri em 20/05/2014
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