Silêncio
Por algum tempo tinha perdido a esperança, caminhava entre as cinzas, o mundo era preto e branco. Era vítima da tristeza onde o incolor reinava. Usa uma máscara onde os olhos sorriam, os pés dançavam, mas morria por dentro, era uma piada sem graça. Procurava me embriagar de amor alheio, devorava pessoas, mas o meu coração não tinha vida. Ele, meu coração, tinha decretado um fim antes mesmo de começar. Parecia que a culpa não era minha, mas, sim, dos outros. Inverdade pura!
Procurava uma cura em pessoas, em felicidades alheias, mas nunca a encontrei. Passei a observar o meu próprio interior, a minha alma, os meus pensamentos. Queria alguém para me decifrar, concertar os borrões da vida e apagar as tristezas. Passei a caminhar sozinho pela estrada, mas não existia sem saída. Sem objetivo, sem amor, continuei a caminhar. Em um certo dia, o sol brilhou, iluminou e transformou o que era cinza em cores vivas.
De certa forma, aprendi a caminhar sozinho depois de tanta angustia e um árido tempo. Passei por muita coisa, enverguei tantas vezes, mas, hoje, compreendo que a felicidade nasce de dentro da gente mesmo.
Hoje, sigo rindo, cantando, dançando. Uma felicidade só!! A minha felicidade depende de mim, de Deus e de muito pensamento positivo. Me embriago com o nascer de cada possibilidade diária. A vida virou uma magnífica dádiva, poucos sabem , mas a poesia, a energia reinam em mim. Me encontrei no meu silêncio, no meu exílio e nos meus sonhos.
Dalmo F. Arraes Jr