Capítulo 1 - O nascer do Sol
Há muitas teorias em torno do ser humano: Deus ou ciência? As vezes me compenetro no meu pensamento e me distancio dessa dúvida para acreditar: o mundo foi criado a partir de quando nasci. Estranho, mas o que importaria realmente seria apenas a partir do meu nascimento. Todo o passado que é dos outros, não é meu, não me cabe julgar. O que já se foi, não volta, mas o hoje é o que importa para mim. Afinal, comemoraria a partir deste instante, meu aniversário em todo dia 5 de agosto, desde 1983.
Dizem que nasci de olhos fechados, mas quando foram abertos, lindos olhos castanhos e curiosos foram encontrados. Pesando 3 kg, pele morena em tom claro, cabelos pretos e lisos, fui crescendo. Mamãe Cláudia e papai Marcos, tinham total cuidado comigo. Me davam papinhas deliciosas que me lembro do sabor até hoje. Dona Cláudia, sempre foi avessa à regras e mamei apenas até os primeiros 6 meses. Em um dia qualquer, me engasguei. Sufocado e já roxo, me levaram correndo à um hospital que ficava a poucas quadras de casa. Conseguiram me salvar. Nada aconteceu. Mas talvez seria um indício de como minha vida seria depois daquilo.
Com apenas 1 ano de idade, ainda não pensava nos rumos que minha vida poderia tomar. Minha pura inocência aceitava carinhos de desconhecidos, beijos de qualquer pessoa que me desse chupeta. Minha tia, Joana, vivia me esmagando, e eu sem entender nada, chorava. Muitas vezes me revoltava, chorava com tanta atenção que me davam. Eu era famoso? Não sei, nunca me disseram. Sentia verdade nos carinhos de mamãe e papai. Muita firmeza ao me pegar no colo. Talvez por ser filho único, me tornei algo especial aos olhos deles.