Pausa

Sinto inquietação por tanta tranquilidade,

Com o passar do tempo, com a progressão e a idade.

Não sei se parei no tempo, não sei se faço de tudo isto, tormento.

Por não estar habituado, é raro o que me é dado.

Não é merecido, e é um ponto de nada,

Continuo perdido no meio da estrada.

Às vezes, no silêncio, tenho uma mente barulhenta e cheia de informação...

Só queria voltar atrás no tempo ainda que em contra-mão.

Parem. Parem que a pausa engana. É tramada mas sempre me tira da lama.

Sujar-me de cansaço, respirar incompreensão e falar a verdade a mentir.

Alguém injectou em mim muita bondade e força, para que da minha mentalidade não façam troça.

E é bom sujeitar-se, entregar-se, sofrer sabendo que não é justo.

Cabeça erguida e coração ao passo habitual, dão-nos uma confiança e atitude banal.

É banal agora, mas fenomenal quando um dia, esteja o corpo fora.

Amanhã, não sei que faça, se caminho prudente ou me encho de graça. Porque a vida não espera, porque a minha só marcha.

É que ter graça... uma vez só basta, e é sempre bom o minuto em que se olha o céu.

DinarteAbreu
Enviado por DinarteAbreu em 17/05/2014
Código do texto: T4809488
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