Pausa
Sinto inquietação por tanta tranquilidade,
Com o passar do tempo, com a progressão e a idade.
Não sei se parei no tempo, não sei se faço de tudo isto, tormento.
Por não estar habituado, é raro o que me é dado.
Não é merecido, e é um ponto de nada,
Continuo perdido no meio da estrada.
Às vezes, no silêncio, tenho uma mente barulhenta e cheia de informação...
Só queria voltar atrás no tempo ainda que em contra-mão.
Parem. Parem que a pausa engana. É tramada mas sempre me tira da lama.
Sujar-me de cansaço, respirar incompreensão e falar a verdade a mentir.
Alguém injectou em mim muita bondade e força, para que da minha mentalidade não façam troça.
E é bom sujeitar-se, entregar-se, sofrer sabendo que não é justo.
Cabeça erguida e coração ao passo habitual, dão-nos uma confiança e atitude banal.
É banal agora, mas fenomenal quando um dia, esteja o corpo fora.
Amanhã, não sei que faça, se caminho prudente ou me encho de graça. Porque a vida não espera, porque a minha só marcha.
É que ter graça... uma vez só basta, e é sempre bom o minuto em que se olha o céu.