AS PALAVRAS E AS COISAS
Para o poeta a relação entre as verbalizações e as coisas que elas irão representar constituem uma relação crucial.
O conceito que a palavra tem o dever de atribuir às coisas percorre uma estreita linha até atingir o objetivo de aclarar o entendimento do leitor e o objetivo desejado e essencial do emissor.
A cosmogonia constitui um mundo tão repleto e complexo, cujas coisas podem confundir as palavras e os termos concebidos para conceituá-las. Bertrand Russel, filósofo inglês do início do sec. XX, esforçou-se para tornar patente um pensamento lógico que tornasse mais evidentes os conceitos das coisas expresso pelas palavras. E o poeta, imerso em suas confabulações, permaneceu buscando conceitos para as coisas, tentando destrinchar as palavras para defini-las.
O presente texto, homônimo de uma grande obra do pensador francês Michel Focault, é uma despretensiosa paráfrase dos pensamentos desse ilustre autor.
Mesmo se valendo do dicionário o poeta coleciona algumas centenas de vocábulos que nem sempre definem com fidelidade a essência de cada coisa ou pensamento que se pretende representar.
Alguns analistas concluem que há uma infinidade de palavras para definir as coisas e as ideias, cujos conceitos podem se perder ou se confundir no imenso oceano de verbalizações.