A indústria do amor

A indústria do amor é sempre uma bosta, vejo músicas lindas, poesias lindas, crônicas de morrer escritas por pessoas que trocam de amor como trocam de meia, vejo pessoas inventando amor pra vender, ou criando situações, para favorecer a sociedade do espetáculo, Carpinejar é assim,

Álvares de Azevedo, um dos meus poetas favoritos era assim, um boêmio que criava e despertava amores todas as noites, um Dom Juan! "Que seja eterno enquanto dure", "O amor é um caos"... são desculpas passageiras que usamos para que caso dê errado já estávamos preparados, creio que o amor incondicional deveria ser o único idealizado pensando primeiramente no outro, mas é tudo ilusão, porque esperamos em troca unicamente do ideal que criamos, do companheirismo inserido desde que nascemos que o certo é casar, ter filhos e morrer! Temos o costume de vender o que temos de melhor quando nos apaixonamos, parece que nosso pior lado nunca será mostrado, nos esforçamos, até que com o tempo nos deparamos com o puro egoísmo do Ter do puro sentimento de Posse. O apego é outra bosta, todos deveriam ser livres, não acredito na poligamia, nela sempre haverá competição, na minha concepção o ser humano é monogâmico, alguns querem a poligamia pra provar de todas as frutas, mas esquecem que as outras frutas também devem ter o direito de provar de outras, então não há frutas aí para serem provadas! O companheirismo é voluntário, é a vontade de cuidar, de lutar ao lado, de dar as mãos e conceber uma família, que seja entre amigos, entre parentes, entre o tradicional casamento, companheirismo não exige posse, apenas dar as mãos pra caminhar... Não tem como ser companheiro de paz em uma missão que te exigem a violência, não existe companheirismo em interesses opostos, todas as palavras bonitas de amor que não englobam a realidade, e somente a posse egocêntrica de ser amado antes de amar, são coisas para a indústria do amor, em que o ego ferido se martiriza porque não é mais espetáculo de ninguém, ou se vangloria porque virou um show e importa de verdade! As novelas, as músicas, as poesias... todas relatarão um fracasso ou uma conquista nossa, por isso prefiro aprender pelas nossas próprias experiências e aprender onde erramos, para que caso amemos ao ponto de seguir um caminho ao lado de alguém, com todas as nossas limitações saibamos aonde acertar! Eu não sou ninguém pra definir nada, só compartilho meus pensamentos e minhas filosofias a respeito da vida, e tenho observado que é comum aceitar a infelicidade pra ter companhia, não creio em amor sem felicidade, isso é obsessão, e falo de felicidade compartilhada, só palavras bonitas não trazem felicidade, não confortam em momentos de angústias e nem curam, nos piores dias a indústria do amor te oferecerá o que ouvir ou ler, e dificilmente te fará refletir!

A Lilianigena
Enviado por A Lilianigena em 13/05/2014
Código do texto: T4805348
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