O consolo

Grande atração expressa com eloquência à face do homem ao contemplar o abismo azulado. Leva-nos a monologar ferozmente sobre a realidade injusta que a vida nos apresenta. Ah! Uma das poucas certezas que estão disponíveis ao homem, é a aterrorizante verdade, um dia, esteja ele próximo ou distante, não estaremos aqui e não mais nos atrairá o abismo. Indolente verdade, não há muitas opções, ou adotamos o escapismo pregado pelos homens e negligenciamos o fato dele ser subordinado pelo medo, ou criamos um sentido e torcemos para que ele supere o inevitável desinteresse que nos traz a consciência de que existe um fim... Espere, de certa forma o homem está propenso à infelicidade, indócil agressora que nos presenteia com intensidade. Sentir só é valido quando sentimos o que há de pior. Eu reconheço a existência de um consolo, recorro ao talvez. Talvez a realidade nos ensine, se existe um fim eu escolho viver. Se não houvesse fim, não saberia que viver é uma escolha...

Raphael Cavalheiro
Enviado por Raphael Cavalheiro em 11/05/2014
Reeditado em 27/04/2016
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