Eis Passado.

Lá, bem distante, em uma terra sem localização, dentro de uma pequena casa sem número, havia um rapaz sem nome, segurando em suas mãos pequenos fragmentos do passado, seus olhos sem vida, seu sorriso desvanecido, a cada olhar que este rapaz dava ao passado, três lágrimas desciam, suas mãos trêmulas, mas ele insistia em segurar fortemente aqueles fragmentos, ele havia se trancado, não havia formas de deixar a luz entrar. Imaginou ele que todas as respostas estavam ali, naquelas memórias de seu passado... Era angustiante perder sua identidade, perder sua localização, era destrutivo... Perder a si mesmo. Ele não tinha nome? Ou ele o havia perdido? O seu recinto não havia número? Ou ele insistiu em esquecê-lo? Ele nunca poderá continuar, não preso ao passado, ele nunca poderá se erguer, jamais. O passado nos trás lembranças, memórias, e devemos carregá-las conosco, apenas as que nos fazem bem, mas nunca devemos segurá-las tão forte a ponto de não nos deixar prosseguir, mesmo que nossa identidade seja um dia perdida, basta nos darmos a chance de reconstruí-la novamente, talvez do zero... Nossa localização? É simplesmente onde desejarmos estarmos... do nosso jeito. Que a luz do sol queime seu rosto mais uma vez (...)