Todos os dias... A noite...
Todos os dias... A noite...
Saía ela para o trabalho...
Sorrindo a filhinha lhe abraçava as pernas.
E antes da menininha chorar, ela abria...
Um pequeno saquinho de papel...
Um desses saquinhos de pipoca e dizia:
____Vamos minha filha bote uns pedacinhos do teu
Sorrisinho pro meu lanchinho...
E os dias...
E os anos...
Foram passando como as histórias foram acabando...
O olho machucado na batalha com o dragão...
O rosto inchado do tapa de um gigante de gelo...
As lágrimas que já não conseguiam esconder com a mesma facilidade que a menininha já moça escondia...
Pelas humilhações, preconceitos da verdade escondida.
Abrasavam-se...
Choravam...
Riam...
Gritavam...
Até que o silêncio se fez...
Após a menininha...
Após a moça...
Após a mulher... Falar:
____Lembra desse saquinho..?
____Fiz faculdade...
____Me formei...
____Fiquei em casa mãe, não precisa mais trabalhar, eu vou cuidar da senhora, vamos mãe bote um pedacinho do teu sorrisinho para o meu lanchinho amanhã de manhã...