Desabafo.

A emoção que vinha com tamanha alegria e o drama que vinha com um grande pesar, aqueles sentimentos já não existem mais. E a preciosidade que cobria a minha existência, o que era deveras importante fora embora.

E onde está quem eu era? Eu já não me reconheço, quando me olho no espelho vem aquela terrível sensação de repulsa.

Precisa de muito esforço para enganar a todos, mas requer bem pouco para enganar a si, principalmente ao dizer que está tudo bem. Mas no fundo os espinhos ainda permanecem, cravando cada vez mais o meu âmago, e me tornando incapaz de arrancar essa amargura.

Cá estou, liberando rios de minha alma novamente, quando eu poderia estar apenas sorrindo...

Nesse passado tão relativamente distante, não havia motivos para se acreditar em nada, mas de alguma forma sempre fui fiel ao que eu acreditava. Quando o amor se acabava, quando todos me abandonavam, eu ainda tinha minhas convicções, pois eu nunca me arrependi de viver, não até hoje.

‘’ Pois ele não está comigo, ele não me ama, ele só me quer, eu estou sendo tratada como simples e puro objeto e o que mais me dói e saber que eu não estou me opondo a isso... ’’

Esse tal de orgulho me diz ‘’ segue em frente’’ e meu impuro e tão esperançoso coração me faz pausar e pensar, até eu aceitar, perdoar...

E eu sou muito nova, e já sofri demais, mas eu não estou aguentando essa tristeza que chega de noite, essa voz que me diz que faço tudo errado.

E eu queria ter a mim, mas eu não tenho. Eu não sei quem eu sou.

Os demônios do meu passado voltam e toda vez me perturbam, me fazem voltar a ser miserável mais uma vez me perguntando qual o sentido da vida.

Não quero ser essa calada garota, quero dizer que odeio esse sentimentalismo exagerado e que essa idealização do amor me irrita.

Eu não quero viver minha vida de forma simples e maldito seja quem tente falar que eu devo viver assim. Vivo como eu quiser, e cale-se quem puder.

Eu não estava nem mais chorando, pois não valia a pena, mas hoje, nessa hora, nesse minuto, eu não pude me conter.

Foi minha culpa, essa sucessão de erros, eu deixei o meu passado ir embora, eu não lutei o suficiente e eu errei demais.

Pois o amor, a amizade e todos os sentimentos foram embora, mas as lembranças, doces lembranças continuaram. Eu não pude esquecer aquilo que eu prometi nunca lembrar.

Eu preferia ser odiada e amar, a ser amada e não amar ninguém.

Prefiro dar a receber. Prefiro muito mais estar feliz sendo louca, do que ser normal e miserável. Com resquícios de tudo que eu era.

Eu estou errada. Em toda essa situação, quem me prendeu fui eu.

Por isso o meu aprendizado de hoje será valorizar meu querido passado e tentar dar uma chance para o meu pobre presente, pensando no meu inestimável futuro.

Gabrielly Tsuda
Enviado por Gabrielly Tsuda em 04/05/2014
Código do texto: T4793297
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