A flor

Abria-se como uma flor qualquer

Que recebesse uma qualquer atenção.

Entregava-se de corpo e alma

Independente do interior podre de quem a recebia.

Teu fardo desde sempre foi ser tudo,

Para quem jamais seria algo além de nada.

Tua vontade, sempre que se tornava derradeira

Criava uma cachoeira em seu coração.

Morria todo dia, na tentativa de dar vida,

Para quem já matou tantas flores, tantos dias

De todos os jeitos, sadias ou feridas,

Eternizadas ou esquecidas.

Teu fardo sempre foi ser tudo,

Para quem nunca quis nada.

E deixava escorrer uma pétala,

Toda vez que disto era lembrada.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 02/05/2014
Código do texto: T4790871
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