SOFRO DE LONJURAS FRAGMENTADAS

Sofro de lonjuras fragmentadas:

Morro nos idiomas abandonados,

Não mastigo informações, as chamo pelo nome e, depois, apelido-as.

Me estresso com quem amo.

Deus faz isso para nos presentear com o remorso.

E eu prostit minha arte

E eu prostituo minha arte

E eu prostituindo minha arte.

Sofro de lonjuras fragmentadas:

Em posição fetal me aqueço do medo frio.

Sofro de lonjuras fragmentadas:

A vontade insana de beijar um homem, mas me vendo na companhia feminina.

Sofro de lonjuras fragmentadas:

O heroísmo que nunca tive, a morte sob meus olhos, meu modo ‘pedra’ de ver a vida.

Sofro de lonjuras fragmentadas:

O amor bate três vezes em minha porta e eu nunca atendo.

Sofro de lonjuras fragmentadas:

A paixão pela arte, o sonho vendido, a renascença.

Sofro de lonjuras fragmentadas:

O cansativo ato de ser eu,

O papel mais difícil da sétima arte.

Sofro de lonjuras fragmentadas:

A teoria das cordas,

Meu temor à bombas atômicas,

O sexo rápido no banheiro do bar.

Sofro de lonjuras fragmentadas:

O choro baixo no chão da cozinha,

O vôo torto,

A volta pra casa almejando um novo começo

E agora, a porta aberta esperando o quarto amor

Lucas Guilherme Pintto
Enviado por Lucas Guilherme Pintto em 26/04/2014
Código do texto: T4784325
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