SOFRO DE LONJURAS FRAGMENTADAS
Sofro de lonjuras fragmentadas:
Morro nos idiomas abandonados,
Não mastigo informações, as chamo pelo nome e, depois, apelido-as.
Me estresso com quem amo.
Deus faz isso para nos presentear com o remorso.
E eu prostit minha arte
E eu prostituo minha arte
E eu prostituindo minha arte.
Sofro de lonjuras fragmentadas:
Em posição fetal me aqueço do medo frio.
Sofro de lonjuras fragmentadas:
A vontade insana de beijar um homem, mas me vendo na companhia feminina.
Sofro de lonjuras fragmentadas:
O heroísmo que nunca tive, a morte sob meus olhos, meu modo ‘pedra’ de ver a vida.
Sofro de lonjuras fragmentadas:
O amor bate três vezes em minha porta e eu nunca atendo.
Sofro de lonjuras fragmentadas:
A paixão pela arte, o sonho vendido, a renascença.
Sofro de lonjuras fragmentadas:
O cansativo ato de ser eu,
O papel mais difícil da sétima arte.
Sofro de lonjuras fragmentadas:
A teoria das cordas,
Meu temor à bombas atômicas,
O sexo rápido no banheiro do bar.
Sofro de lonjuras fragmentadas:
O choro baixo no chão da cozinha,
O vôo torto,
A volta pra casa almejando um novo começo
E agora, a porta aberta esperando o quarto amor