DIGNIDADE
Não posso viver de quimeras,
fagulhas, restos,
ausência de gestos...
Sou da abundância,
do exagero, da ânsia,
da gana de viver intensamente
e sonhar densamente...
O elo entre o sonho
e a vida está justamente
nesta fartura,
nesta agonia que
o pouco me causa,
nesta angústia que o mínimo
representa
E é por isso, que entre a esmola
e o nada,
eu prefiro o vácuo,
ele é infinitamente maior,
e muito mais digno!
Silvana Cervantes