Tu, anjo que me toca...

Madrugada debruçada na janela,

Seios nus, vestidos de penumbra.

Nada se vê além da chuva fina,

Que como um véu esvoaçante,

Dança ao sabor do vento.

A noite é uma criança... Sim... Uma criança...

Que não vê o tempo passar,

Toma-o nas mãos despreocupadamente...

A brisa toca-me a pele. Respiro fundo...

Envolvida, inebriada pelo olor que me toma,

Roçando-me... Invadindo-me sem escrúpulos...

Fui tocada... Posso sentir.

Fui tocada... Suave euforia me transporta ao céu...

Desejo cada vez mais esse toque...

Toque-me!

Toco-te, tocas-me, tocamo-nos...

Como instrumentos em notas sustenidas e bemol.

E nesse vai e vem de acordes,

Somos melodia perfeita...

Em promessas e suspiros...

E então desperto de um devaneio...

Inda posso ver,

Tu, anjo que me toca em lira.

Eu...? Poesia em seus lábios...

Rose Sousa
Enviado por Rose Sousa em 18/04/2014
Código do texto: T4773988
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