Suicídio consciente
Gostaria muito de parar com essa enrolação. Queria que as coisas fossem certas e diretas. Queria tudo simples, que tudo tivesse de ser exatamente como deveria ser. E cá estou eu, escrevendo minhas teorias, todas as vezes que surto, sempre que me encho do resto do mundo, o que nem sempre enche de forma ruim. Então, estou meio que me contradizendo, já que "teoro" sempre que devemos viver e parar de querer ser tão certo. Só viver. Só sentir. Só prazer. Sempre estou rindo, mesmo que das lágrimas, do sofrimento que carrego desde novinha, pelo fato de reconhecer a verdade por trás de cada face, de cada olho, de cada sorriso. Tantas variações em cada um, em cada sentimento, em cada bom e cada mau, e uma cabeça tão jovem como a minha é capaz de enxergar tanto, e reconhecer tanto que estamos perdidos, que esse discernimento me mata. Me mata porque sei que a felicidade plena, nunca é plena da felicidade, e sim do sofrimento. Sabe o que é reconhecer que pra ser feliz, você tem que reconhecer o sofrimento, e que isso significa ter de se doer, e de abrir mão da tal plenitude e da própria razão, para poder só por alguns raros momentos, ser feliz de verdade, e ainda assim de uma forma que não é plena? É sofrimento. Ter consciência é sofrimento. E conscientizo-me de que nada é mais certo. Quando minhas mãos tremem ao escrever... Não é certo. Nada é verdade, tudo é mentira, e ao mesmo tempo nada disso é errado. Por que errado é se privar, não é mesmo? Mas se não se privar, sofre....... Nada é certo!!! Consegue ver isso? Puta consciência que nos mata, nós que pensamos muito. Nós que amamos e temos consciência de estarmos nos matando. Principalmente nós jovens, tão cedo para isso, e que sabemos e não podemos evitar. Uma cabeça de apenas 16 anos, tão corrompida pelas mentiras que são verdades e que não são erradas. Porque nada é errado quando não é verdade!! Pra quê ainda escrevo, então?
Mentir; pra mim mesma.
Sofrer; por minha consciência.
O feio é sempre tão belo! Não deveria... Deveria ser simples!!!! Exato!!!!
E ao mesmo tempo não deveria ser!!! Como? Como é possível toda essa confusão?
Se um pai pudesse ver sua filha de 16 anos, nos momentos de reflexão dela, iria sofrer. Se meus pais pudessem, iriam. Esse caos acabaria com qualquer um que o carregasse dentro. Mas a consciência não me deixa cair, ao mesmo tempo que me derruba pensar que um dia ainda vou! Eu não quero mais sofrer, mas o que devo fazer?? O que posso fazer? O que deveria fazer? Como? Não existe resposta. Nunca existirá. Até porque não existe pergunta também. Nos contradizemos todo o tempo. Sempre. E pra quê? Pra quê escrevo? Pra chorar e pra sofrer?
Suicidando...
Vivendo...
Assustando...
Amando...
Conscientizando