Certamente sou um macaco.
Ultimamente ando confuso com a minha racionalidade. E apesar de ocupar boa parte do meu tempo para falar das coisas do mundo a partir de uma abertura que nele me encontro, a saber, o dizer que diz a respeito das coisas, ligar a chave, fundar um partido racional na minha limitação de substância, matéria ou essência é coisa que causa aporia em minha racionalidade.
Dado um tempo nota-se que, nenhum ponto fixo é visível, pois para alcançá-lo com segurança, quão alto ele seja em seus princípios, ao chegar, toda minha fortaleza é transformada em simplicidade, e por fim, a busca volta novamente ao ponto inicial que fadada a repetir o que é, chamo-a linguisticamente de instante. Quando desaparece, coloco na memória, faço alguns cálculos e me arrisco a ser, como uma árvore, que espera o vento chegar e se balança na simples tarefa da vida.
Se dissesse que sou eu falando acima, estaria mentindo completamente, afinal, eu nunca disse nada senão, gritos de desespero por estar no mundo. E só isso que me parece que sei, pois o resto todo que chamo de saber, é apenas a obviedade do que me disseram na universal auto-ajuda do universo. Então eu repito, assim como muitos, apenas trocando a posição das letras em um momento e de outro modo, fundando ideologias que nem eu mesmo sei por que as fundo se não são minhas.
Se sou um macaco falando digo para minhas próprias capacidades, ser racional me da um status de divindade, mesmo que seja um degrau acima apenas. O restante exijo das esferas celestes. Mas então eu refaço a pergunta: O que será o instante? a totalidade? o Mundo? A representação?