Uma boa pergunta

Eu queria saber o que me fez cair por aquela mulher,

e ter caído tão baixo e tão intensamente.

Ok...

Aquele era meu jeito. Eu tinha a tendência de cair de quatro

por qualquer mulher que trouxesse algo de novo para minha vida.

Era como uma droga que eu procurava em doses cada vez maiores.

Às vezes elas se preocupavam comigo, mas a maioria não estava nem aí para como eu me sentia depois que deixávamos de nos ver.

Penso que as vezes eu sou demais para elas. Intenso demais.

E outras vezes eu ofereço menos do que elas gostariam de ter.

Nunca é algo equilibrado.

Sempre tem que ter alguém fingindo, ou alguém se mutilando para manter a relação. Em geral são elas.

Eu sou preguiçoso demais para conseguir fingir alguma coisa de uma forma crível.

Fingir me cansa.

A verdade é que a maioria das mulheres não está preparada para homens sinceros, e que nenhum homem está preparado para mulheres sinceras.

Se nós tivéssemos um aparelho que traduzisse o que as mulheres pensam, acho que a boa parte dos homens escolheria a castidade.

Por isso eu não faço questão de saber o que passa na cabeça das mulheres que levo para a cama. Nem espero que elas me digam sempre a verdade.

Sempre achei que uma boa dose de omissão faz bem,

como tomar uma cerveja gelada antes do almoço.

Já as mentiras são desgastantes demais para serem toleráveis.

Para mim, descobrir uma mentira é o suficiente para acabar com toda a harmonia.

Harmonia... Isso sim é importante.

Mas, depois de toda essa digressão sobre mentiras, omissões e harmonia, eu volto a me perguntar...

Como pude cair por aquela mulher.

Tão baixo e tão intensamente.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 12/04/2014
Reeditado em 12/04/2014
Código do texto: T4765778
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