A FALTA DAS TRÊS PALAVRAS

NO INÍCIO DA MADRUGADA DE 12 DE ABRIL DE 2014

Que falta espantosa sempre me fizeram, me fazem, me farão, até o derradeiro dos dias, as três palavras que nunca ouvi nem ouvirei jamais, porque, ainda que elas existissem em ti neste presente, e sei que não te existem mais, se jamais as disseste, jamais, jamais as dirás, isso é certo. Alguém dirá: “Isso é necessidade de mulher. Ouvi-las te garantiria algo da verdade delas, dessas palavras?” Não há como negá-lo: É sim, necessidade de mulher, talvez de alguns homens, também. Garantias não se tem, nunca, de coisa alguma nesta vida, mas, eu precisaria tê-las ouvido, de viva voz, elas teriam sido o grande consolo que jamais tive nem jamais terei. As palavras, as três palavras que jamais ouvi nem ouvirei. As palavras, as três palavras, com cada uma das suas letras a vibrar, a resgatar muito, a resgatar muito de tamanha dor ao longo dos anos, no infinito do ser. As palavras que se perderam na história do teu ser. As três palavras com cuja falta, no meu dia de partir deste Plano, terei que partir. Eu, que as disse, de viva voz, e mais de uma vez, terei que partir sem tê-las ouvido, jamais.

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