Tempo
A forma como se vê...
Anda com um desalento,
Em meio ao meu e o teu sofrimento.
A qual não se pode prever
Com tristes sombras da escuridão,
Vive no seu ponto de paixão,
Come nosso campo de visão,
E respira da tua própria respiração...
Pela tarde,
Vê-se espairecer minha bondade,
Esta que pede amizade,
E num necrópole está a verdade...
Asmas que nunca tive...
Remédios que nunca os tomei,
Dores que agora surgiste
E sangue que em minhas vísceras verei...
Cálices ao vento...
Que deveras o tempo as levou...
Deixando na terra lembranças
De miúdos ao relento,
E a vela do tempo se apagou,
Deixando no escuro nossas crianças.