QUANDO TE CONHECI, HÁ 25 SÉCULOS...

NA MANHÃ DE 10 DE ABRIL DE 2014

Quando te conheci, há 25 séculos, jamais poderia pressupor que meu destino seria me ver transformada em uma abstração, isso antes, muito, muito antes destes tempos virtuais.

Por ação de destino espantoso, inacreditável, destino tecido, talvez, por Erínias vingadoras, não sei por que razões, eis o que sou, o que me tornei, para ti, para outros também e, infaustamente, também para mim mesma: uma presença sem realidade, a mais perfeita das abstrações. Por isso fico no Recanto. Aqui, ainda me consigo sentir real, ou algo próximo disso.

Bem... alguns poucos amigos cá deste lado, e minha mãe, ainda creem que eu seja algo real. Ainda. Talvez, também, cada um a seu modo e com todos os limites criados pela vida, os meus três cães fiéis me creiam um ser real. Talvez. Talvez. Talvez.