"EU GOSTARIA" E OUTRO PENSAMENTO

EU GOSTARIA:

Eu gostaria de fazer de conta que tenho o poema preferido.

Eu gostaria de fazer de conta que contemplarei, lerei e apreciarei, todos os dias, o poema predileto.

Eu gostaria de fazer de conta que nunca vi o poema admirável, o mais encantador, o que toca o meu coração, o que diz o que me toca.

Eu gostaria, sinceramente, de ter o poema mais fácil, mas não gosto do que é mais fácil.

Não sei se comprarei uma briga. Na verdade, eu não gosto de briga; eu gosto de doação e de espontaneidade. Gosto do que me afaga, do que me acalenta, do que penetra em todo o meu ser.

OUTRO PENSAMENTO:

Quando estamos irritados, devemos compreender a brevidade da vida. A irritação passa. Neste mundo, tudo passa. Até nós, seres humanos, estamos aqui de passagem.

Gostaria eu de poder apreciar e mergulhar, com todo o meu ser, no que me fascina. No entanto, é só na liberdade que eu desejo viver. É na liberdade que eu desejo que viva o poema que me fascina. Pois, só na liberdade é que o poema que me fascina poderá encontrar o que também lhe fascina. Não sei se eu sou fascinante para o poema que me fascina. Não sei a quem pertence o poema que me fascina. VOCÊ SABE?

Às vezes, não sei o que sou.

Quando estou fraco, eu tenho vontade de ter o mais fácil. No entanto, o meu coração, a minha alma, a minha cabeça e o meu ser não conseguem abraçar o que é mais fácil. Não consigo enganar a mim mesmo.

Concluindo, eu digo: somente o poema que me fascina é quem pode dizer sobre seus direitos autorais.

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 09/04/2014
Reeditado em 09/04/2014
Código do texto: T4762301
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