"EU GOSTARIA" E OUTRO PENSAMENTO
EU GOSTARIA:
Eu gostaria de fazer de conta que tenho o poema preferido.
Eu gostaria de fazer de conta que contemplarei, lerei e apreciarei, todos os dias, o poema predileto.
Eu gostaria de fazer de conta que nunca vi o poema admirável, o mais encantador, o que toca o meu coração, o que diz o que me toca.
Eu gostaria, sinceramente, de ter o poema mais fácil, mas não gosto do que é mais fácil.
Não sei se comprarei uma briga. Na verdade, eu não gosto de briga; eu gosto de doação e de espontaneidade. Gosto do que me afaga, do que me acalenta, do que penetra em todo o meu ser.
OUTRO PENSAMENTO:
Quando estamos irritados, devemos compreender a brevidade da vida. A irritação passa. Neste mundo, tudo passa. Até nós, seres humanos, estamos aqui de passagem.
Gostaria eu de poder apreciar e mergulhar, com todo o meu ser, no que me fascina. No entanto, é só na liberdade que eu desejo viver. É na liberdade que eu desejo que viva o poema que me fascina. Pois, só na liberdade é que o poema que me fascina poderá encontrar o que também lhe fascina. Não sei se eu sou fascinante para o poema que me fascina. Não sei a quem pertence o poema que me fascina. VOCÊ SABE?
Às vezes, não sei o que sou.
Quando estou fraco, eu tenho vontade de ter o mais fácil. No entanto, o meu coração, a minha alma, a minha cabeça e o meu ser não conseguem abraçar o que é mais fácil. Não consigo enganar a mim mesmo.
Concluindo, eu digo: somente o poema que me fascina é quem pode dizer sobre seus direitos autorais.