Ermitão

Não precisamos estar perto nem longe, apenas desejar a felicidade de quem amamos. Se o dia, depois de brigas e mútuas agressões, tem ar de perfeito, quem assim pensa não necessita do outro para ser feliz. Perfeição pressupõe completude. Quem se sente pleno prescinde da alteridade, tem tudo que precisa.

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Ele pulsa

Quis verdadeiramente amar...

Não consegui, esbarrei no chão.

Entre o sonho e a realidade,

havia, sorrateiro esbarro,

persistente e inflexível ‘Não!’

Em tuas mãos edifiquei.

Fui joão-de-barro e biquei!

Tenho coração que pulsa,

que deseja e sonha, sim!

Não é de barro meu coração.

Nijair Araújo Pinto

Iguatu-CE, 7 de abril de 2014.

18h00min

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Entre mim e ti

Teu corpo se reveste de torpor e profunda divindade.

Corpo pequeno, curvas discretas, tez suave, invulgar...

Amei ter tido a honra de senti-lo, sem maldade;

amei poder possui-lo naquele lindo e proibido lugar.

Ah, mas da tua boca que tanto beijei, confesso.

Recebi beijos de ternura, apesar da fúria dos lábios.

Sinto saudade de tudo, quero mais – imploro e peço!

Faltou você me amar no quarto, dentro do armário.

Brigamos – quase não consigo estar entre tuas pernas.

Tentei. Beijei. Acariciei. Abracei. Novas investidas ternas.

Quem diria, entretanto, que o êxtase, o auge dos gemidos teus,

estaria numa singela lambida, teus lábios sentindo os meus.

Depois de a porta estar aberta, com as pernas para o ar,

decido revisitar-te sem temor e fortemente, para lá e para cá...

Ouço gemidos, pedidos de ‘Quero mais!’, de ‘Não pare, por favor!’

E nessa hora, entre novos gemidos, explodo sem pudor!

Nossos corpos estão suados, foi verdadeira guerra de amor.

Tuas mãos, descontroladas, marcaram minha pele que sangra...

Quero sair, meu falo relaxa, quase saindo... Mas você tem tranca!

E o teu sexo, mastigando, em contrações, mantém meu calor.

Estando preso, dentro das contrações do teu pórtico de perdição,

retomo a postura de guerreiro, reiniciando minha movimentação...

saídas, revisitações – o contato se faz mais intenso, mais feroz.

Gritamos e, ao mesmo tempo, o gozo nos pertence, saindo de nós.

Iguatu-CE, 7 de abril de 2014.

20h37min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 07/04/2014
Reeditado em 07/04/2014
Código do texto: T4759798
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