UM DIA, TALVEZ UM DIA...
Eterno como areia de quem canta fortaleza,
Uma dor intensa me rasga o peito e fere meu coração,
Olhando o canto da sala vazia e a musica em silêncio.
Tanto escrevi do sertão que esqueci aqui do centro,
Tão largado ao frio do cimento e ao tormento da solidão.
Almas que se espremem entre o sol e a lua, tão crua...
Um cameleão afina meus instrumentos e toco a vida,
Assim mesmo como samba do crioulo doido,
Uma moda feita de encomenda dentro de um convento,
Uma reza, um conto uma orgia, deixa de hipocrisia.
Ainda somos jovens , ainda somos a empatia da apatia,
Não nos entregamos aos sonhos, sonhamos a morte,
Tão mutável como areia que se faz poema em ventania.
O que diz a letra em seu refrão?
- Um amor fica por ai, pela vida, perdido, procurando um cantinho,
Até que seja encontrado ou se perca pela janela.
Tudo passa tão rápido, não era do sol, não era do mar,
Era de um beijo que se perdeu pelo medo de amar.
Talvez a multidão acerte tanto quanto erre,
Talvez o senso comum não seja assim tão “burro”,
Talvez seja apenas facilmente manipulável,
Ah, isso sim é palpável.
Já cantei a mar, agora canto a terra,
Um dia irei cantar o que realmente me faz sorrir,
O que realmente me faz chorar.
Um dia, talvez um dia...