IDENTIDADES
IDENTIDADES
A vida nos reserva muitas identidades e nomes no decorrer da existência. O nome ou sobrenome vai mudando a cada instante ou momento acompanhando a trajetória.
Vou usar-me como exemplo. Fui registrado Arnaldo, mas na infância fui chamado de Naldinho, nénem, fofinho. Um pouco mais crescidinho filho do Arnaldo ou da Angelina, baixinho, tampinha, nº 1, 2, 3, 4, cheguei até o 5, na lista de chamada, depois Pagão, jogava futebol, mais ou menos, como um centro avante do Santos na década de 50. Depois virei namorado da Angela, noivo da Angela, marido da Angela, pai da Carol, pai do André, vô da Malu. Sem contar o sobrenome da empresa que me acompanhou por mais de 35 anos. Acredito que meu nome mesmo só usarei na lápide. Aqui jaz Arnaldo, filho do Arnaldo ou Angelina,
baixinho, tampinha, 1, 2, 3, 4, 5, namorado da Angela, noivo da Angela, marido da Angela, pai da Carol, pai do André, vô da Malu, dependendo de quem fôr levar seu último adeus.
Nem no Recanto consegui usar meu nome e sobrenome, já existiam outros que dele se apossaram e virei Arjofe, esquisito, mas pela primeira vez na vida consegui ser Arnaldo, digo, quase.