Não sou de fazer sentido, sou de fazer sentindo.
Não sou de andar em grupos, prefiro curtir o som do meu coração, da música, do mundo em um lugar só meu.
Não sigo tendências do momento, é muito passageiro para mim.
Tento tirar toda e qualquer dor de tudo que escrevo, mas por ousadia ela entram em meio a minhas palavras e escritos.
Daqui pra frente tudo vai ficar com uma bosta. Dei adeus a inspiração, dei adeus as palavras e já não sei mais o que falar.
Os remédios em meu organismo vão se dissolvendo em meu vermelho sangue. Meu cérebro pede o descanso de tudo, do barulho da cidade, da falsidade das pessoas, da prisão, das vozes misturadas e diversificadas em meio a rua, em meio aos grupos.
Meu corpo pede sossego de tanta desconfiança e medo das fúteis pessoas acéfalas.
A beira dos rios eu não sou de andar em grupos, não sou de fazer sentido. Sou de fazer sentindo.
Meus dedos não são longos, minha visão não é das melhores, mas sou de fazer sentindo.
Não faço sentido, faço sentindo. Não sou de andar em grupos, mas o grupo anda em mim.
Grupo de rios, de mares, e marés.
Não ser de andar em grupos não me dói, me conforta. Mas por vezes me deixa em estado de agonia.
Não ser de fazer sentido me deporta para fora do mundo, da razão, do sentido.
Consegui ter uma visão aguçada, mas abri mão de tal perfeição.
Perfeição não é pra mim. Estrelismo só existe em meus rins.
E de agora em diante tudo vai ficar pior, dei adeus ao sentido. Só estou sentindo.
Gol. Gol. Gol dos grupos e sentidos. Gol do time de acéfalos que não se importam com as partículas de água.
Não sou de curtir som em bando. Sou de tomar meu bando e seguir o caminho a sós, com o pensamento em beijos há tempos não dados e um sorriso bobo de lado.
Sigo pelas ruas, divagando, devagar. Porque não sou de andar em grupos.