Desvencilhando o amor

Às vezes me paro pensando sobre o que é o amor e qual a essência real desse sentimento. Há quem diga que o ato de amar é o que mais se aproxima da perfeição entre os homens. Mas como assegurar tão piamente tal afirmação, se a maioria dos “amores” que recebemos e ofertamos são, ironicamente, repletos de erros e falhas?

Quem ama sofre. Dissimula. Chora. Cai. Contradiz-se. Engole o orgulho. Magoa-se. Perde o sono. Desespera-se. Grita em silêncio. Morre por dentro.

E quem ama também sorri. Está feliz. Renasce. Renova-se. Enche a vida de paz. Garante o bom humor. Não se sente só. Tem a alma abrandada.

O amor, na minha humilde e porque não, irrisória opinião, configura um dos maiores mistérios do universo. Não se sabe ao certo até onde o amor consegue atingir uma pessoa, isso se tratando de coisas boas e ruins.

Na verdade, a melhor definição para o amor é que ele é condicional. Ora você recebe e oferta amor de uma forma verdadeira, íntegra, honesta e justa, ora não.

Quem ama não trai, mas quem ama também desliza. Quem ama não magoa, mas quem ama também machuca. Quem ama, apenas ama. Sem grandes aspirações ou teorias absurdas.

Amar é também remar contra a maré. É enfrentar o mundo sozinho. Derrubar gigantes. Escalar montanhas. Vencer o próprio orgulho. Engolir mágoas a seco. Se anular. É desejar mais o bem da pessoa, do que o seu próprio bem. É contentar-se com migalhas.

Amar, enfim, lidera a lista das coisas mais belas e autodestrutivas que existem.

O que é o amor, eu exatamente não sei. O que eu sei é que, dos amores que já vivi, o teu é, de longe, o mais intenso e insano deles.

Jey Leonardo
Enviado por Jey Leonardo em 18/03/2014
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