No interior do ser
Todas as mudanças do mundo
Passam despercebidas por você
Afinal você esta vivendo a sua vida
Construindo aquele paraíso isolado
O reino encantando dos sonhos perdidos
Realizando as vontades do seu eu
Desenvolvendo todo o seu potencial
Mostra ao mundo que você esta ocupando o seu lugar
Então o tempo passa e a vida mostra que é dura
Ela bate sem piedade, te ataca de todos os lados
Mas você com toda a sua experiência, tira tudo de letra
Você cansa, mas sempre se levanta
Saindo de todas as batalhas de cabeça erguida
Mesmo quando você não leva a medalha pra casa
Mas você não desiste fácil, não se entrega
Você é forte e sabe o que quer da vida
Focando sempre em seu futuro incerto
Todos os dias muitas batalhas travadas
Coleciona cicatrizes de todas as lutas
Mas um dia você leva um golpe
Simples, fraco, mas preciso
Te acerta naquele lugar onde você é mais frágil
Tirando o teu chão, o teu céu, apaga o teu horizonte
Desloca o teu eixo central, o mundo parece destorcido
A realidade parece um filme em câmera lenta
Suas mãos estão atadas, você perde as forças
A vontade de viver e de lutar ficam fracas
Nada mais faz sentido
A tristeza te abraça e te sufoca
Teus sonhos começam a se desintegrar
As cores do teu mundo escorrem nas paredes do pensar
Você quer gritar, mas não tem mais voz
Você quer correr, mas suas pernas não se mexem
As idéias não se organizam
Você vê toda a sua vida desaparecer na sua frente
Percebe que está parado em uma encruzilhada
Sem saber em que direção você deve seguir
Não consegue mais dormir
Seu corpo está dolorido
Você chora, sofre por tudo que perdeu
Não consegue mais lembrar quem você era
Perdido na ilusão que foi criada
Por toda a dor que o mundo já absorveu
As palavras que acalmavam o coração
Agora são apenas sons do passado
Aquele instante que você percebe
Que não há ninguém ao seu lado
Não existe mais aquela mão amiga
Todos os lugares que eram especiais
Sumiram do seu mapa
Só o que restou foi uma prisão
Agora que está acorrentado a essa nova realidade
Sem conseguir ver muito além dos muros que a cercam
Seus desejos morrem aos poucos
Suas virtudes escorrem pelo ralo
A consciência falha de tempos em tempos
Entre uma lágrima e outra
Você se pergunta, aonde estou?
E esse golpe certeiro foi quase fatal
Só o que te sobrou, foi a tua vida