Agora, Me fecho.

Foda-se todas as lágrimas,

Todos esses anos,

Todas idas e vindas.

Eu vou abrir meu coração,

Mas será pela última vez,

Então: aproveite-o, meu amigo.

Não há segurança ao meu lado

Não há salvação.

Deus e eu, não nos damos bem.

Acenda as luzes,

Depois, fique nu.

Veja minha obra, sinta minha obra.

Se toque enquanto eu disser palavras insanas.

A madrugada é tão perigosa quanto à periferia da cidade.

A noite é repleta de pecados,

Meu nome é escuridão.

Álcool e direção

Drogas e telefone a mão.

Cremado ou a sete palmos,

Continuarei sendo assim.

A terra é úmida e o fogo glorifica.

Atmosfera paralisada

Crianças malucas, comendo carne crua.

- Só queremos uma chance.

Diziam elas, rapidamente, furiosamente, com olhos arregalados, voz rouca, em coral.

Estão tão pálidas.

Será que estão mortas?

Pássaros mortos, crianças mortas, plantas mortas

Há tanta morte.

O pouco de vida em mim não é o suficiente.

Nós não precisamos de dinheiro

Somos mais valiosos que moedas.

O mundo foi construído por poder,

Carros, festas e preservativos saborosos.

As ruas estão cheias de pessoas estranhas

Os mortos circulam livremente e sedentos por atenção.

Fantasmas são solitários.

Os vivos precisam de companhia.

O amor está morto.

Agora, me fecho.

Lucas Guilherme Pintto
Enviado por Lucas Guilherme Pintto em 16/03/2014
Código do texto: T4730579
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