Qualquer coisa que não tenha você
Era escuro ainda pela madrugada quando os olhos abri, estava frio e o tempo ali não fazia sentido, com palpitação e pouca lucidez, bati a mão do outro lado da cama, mas não, você não estava ali e dei por mim o quanto tempo seu lado estava vazio, não querendo acreditar, num pulo estava de pé a beira da cama e quando meus pés descalços sentiram o chão frio, minha mente soprava me dizendo que tudo estava sem vida ali, retratos preto e branco nas paredes compunham o que pra mim era o fim, o brilho já não alcançava e todo som era barrado, e naquele silêncio infernal, só pude ver ao canto uma foto sua que reluzia, com o brilho um pouco ofuscado pela poeira, minhas mãos chegaram ali, Não consegui olhar teu rosto, cai ao chão teu retrato, caio morto mergulhado a mais um sonho, fecho os olhos e tento dormir.