Curtindo a Fossa
Talvez mudar de cidade, quem sabe até mesmo de país, seja a solução para o medo que sinto de cruzar com ele na rua toda vez que ponho os pés fora de casa.
“E se estiver com outra? Me conheço, vou chorar na hora.”
Imaginar os abraços que não serão mais meus, o carinho que não será dado a mim, as confissões e as histórias que meus ouvidos jamais ouvirão.
Todas as noites mal dormidas e infinitas respostas para apenas uma pergunta:
“Onde eu errei?”
Algumas amigas tentam te consolar e dizem:
“Não fica assim não, ele não te merece, é um idiota.”
Outras mais duras:
“Se valoriza, não corra atrás dele!”
As mais chegadas a uma só voz bradam:
“Você é louca, não vai fazer nada do que eu disse, mas ainda assim estarei aqui ao seu lado.”
Já escrevi aqui sobre como tudo passa e a maneira indiferente e até incompreensível como nós tratamos aquilo que a tempos atrás nos trazia dor.
Talvez pessoas mais equilibradas consigam sair rapidamente de uma fossa, esse definitivamente não é o meu caso.
Ponho a música mais triste no celular para tocas e aumento até o fone de ouvido vibrar, choro até dormir e acordo no dia seguinte prometendo a mim mesma não me permitir pensar nele sem saber que não querendo pensar eu penso e de novo:
“ Onde eu errei? “
Talvez a imaturidade, a ansiedade, não sei bem ao certo e quando estiver estável não quer dizer que eu tenha descoberto a resposta, significará apenas que eu cansei de curtir a tristeza e resolvi entrar pro mercado novamente.
Umas comem chocolate, eu, enquanto espero, me delicio com um “tulon”, porque amanhã é segunda-feira, dia de ser uma nova mulher, malhar, correr e este certamente será o ultimo sanduíche do ano.
Boa noite.
26/01/2014