O amanhã dirá

Imagine uma pena voando contra o vento, um pequeno gerino nadando contra a correnteza. Imagine um céu de frases mal acabadas, de possibilidades destruídas pelo medo... essa sou eu! ...

Vou vivendo as incertezas de uma vida certa, ventanias de um destino calmo, talvez seja a hora de aceitar certos convites que me levariam onde apenas eu mesma já me levei, que agitariam essa vida sem perturbações, que me permitiria realizar aquilo que meu coração sonhou...

Doce melancolia de crer-se com as rédias do próprio destino e pensar que talvez seria melhor entregá-las a outrem....

Há vários caminhos apontando diferentes direções, embora meu coração permaneça correndo atrás do vento, atrás daquilo que ele nunca foi e, quem sabe, nunca tenha querido ser.

Sou alguém que procura sem querer encontrar. Que sonha sonhos que não são seus. Que até morreria sem querer morrer, se isso tudo garantisse a volta de alguém que creio, ainda nem chegou, que eu estou encontrando em outros ohares, outros braços, outras palavras, outro coração...

E viva a inconstância do poeta, viva sua capacidade de ser camaleão a esconder-se das duras realidades. Acho que vou esconder-me também... dentro de outro alguém...

...que alguém?

...o amanhã dirá...