Banalidades?
Matar virou banalidade; ouvi um defensor público dizer que um homem matou uma mulher por machismo, que a motivação foi o ciúme. Hoje é falado como normal: matou por ciúme, matou por dinheiro, matou por que deu vontade, matou por não ter nada melhor pra fazer, matou por machismo. É como dizer: roubou por fome.
Tudo hoje é justificável e encarado como um acontecimento corriqueiro; as pessoas se acostumam com o mal de maneira assustadora. Uma senhora disse: O ladrão só atirou no rapaz porque ele não quis dar o celular. É como dizer que a mãe só bateu no filho porque ele maltratou a irmã. Se abordarmos à maldade como algo corriqueiro o que estamos ensinando para a nova geração? Se formos complacente com a maldade quando pregamos o bem a nossa vida não passa a ser uma utopia? Nem sempre quem mata é um ser mal às vezes é uma pessoa perturbada emocionalmente que precisa de ajuda especializada, mas o preconceito da pessoa e da família muitas vezes impede o doente de procurar ajuda antes do desastre... Se fecharmos aos olhos e cruzamos os braços, fingindo que na nossa família não há uma pessoa desequilibrada que precisa de ajuda não seriamos cúmplices do seu desastre?