Banalidades?

Matar virou banalidade; ouvi um defensor público dizer que um homem matou uma mulher por machismo, que a motivação foi o ciúme. Hoje é falado como normal: matou por ciúme, matou por dinheiro, matou por que deu vontade, matou por não ter nada melhor pra fazer, matou por machismo. É como dizer: roubou por fome.

Tudo hoje é justificável e encarado como um acontecimento corriqueiro; as pessoas se acostumam com o mal de maneira assustadora. Uma senhora disse: O ladrão só atirou no rapaz porque ele não quis dar o celular. É como dizer que a mãe só bateu no filho porque ele maltratou a irmã. Se abordarmos à maldade como algo corriqueiro o que estamos ensinando para a nova geração? Se formos complacente com a maldade quando pregamos o bem a nossa vida não passa a ser uma utopia? Nem sempre quem mata é um ser mal às vezes é uma pessoa perturbada emocionalmente que precisa de ajuda especializada, mas o preconceito da pessoa e da família muitas vezes impede o doente de procurar ajuda antes do desastre... Se fecharmos aos olhos e cruzamos os braços, fingindo que na nossa família não há uma pessoa desequilibrada que precisa de ajuda não seriamos cúmplices do seu desastre?

Marya Ferreira
Enviado por Marya Ferreira em 05/03/2014
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