Ás margens da singularidade

Vivo num covil onde vivem morcegos,

permeio entre o lado bom do medo,

negro branco ou branco e negro,

fui fundido por dois elementos químicos altamente nocivos um ao outro

cuja composições hidrofóbicas aludem a óleo e a água...

sou um impotente urutau a luz do dia, quando me deparo com os meus elementos de origem,

causa-me vertigem só de imaginar que haverá interrupções

entre uma música e outra, sofro a vistas grossas de algo que prefiro achar não real, por fim... quando toda a poeira abaixa, o que resta de mim é uma baita dor de cabeça,

talvez a solução seja um tarja preta e esquecer assim de tudo.

Ou quem sabe se a vida quiser me entreter, eu posso conter esse desejo de lutar a troco de nada, talvez; quem sabe; de tanto procurar o nada no nada eu não encontre

nada?

Renato Cavalcanti
Enviado por Renato Cavalcanti em 01/03/2014
Reeditado em 01/03/2014
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