Aporias de um contemporâneo qualquer
Ultimamente, deveras, ando pensando muito em que pensar. Atividades mentais devem-se a ser perturbadoras. Sejam acordos poéticos, sejam acepções filosóficas, sejam realidades e suas definições, seja questões religiosas; - Pensar é conhece-las. E segue-se que conhece-las é submeter-se a alguma coisa, senão a negação, a dor de segui-las.
Saber verdades parecem significar: acordá-las, considerá-las, acrescentá-las, e por fim, após reflexão, delibera-las para uma nova visão, um novo acordo; "De um particular que por ora é universal, e de um universal que por ora é particular", como numa unidade, que no caso dos homens segue a ser sua alma, que movimenta e arrasta o corpo unido as regras da razão.
Pois é assim afinal, como no caso de ser e partir, partir e ser, dos sentidos que traduzem a natureza, acionam os impulsos e causa toda necessidade do apetite, pautada na vontade natural indiscriminada.
Veja que todos os passos, todos os dizeres, todas as racionalidades, segundo Anaxágoras: "São em si apenas puro pensamento", e não uma certa razão como dizem certos homens. Ou se dizem a verdade, deve-se a ser natural tanto quanto outros pensamentos naturais, a saber: o fogo que queima a uma determinada medida, o movimento dos astros, a vegetação que semeia a terra; E no homem, nas circunstancias apropriadas, no espaço previsto, com a finalidade e os acordo feitos com os principios, diz o que se deve, mas para tanto desconhece a verdade, mas conhece apenas acidentalmente, ajustada na medida do caso, que no particular humano da-se por acordos racionais.