“Barros com vida”
Deus porque existo? Eu nasci, e sei que vou morrer, e mesmo assim, isso não é tudo para uma questão natural de todos os seres, eu caminho nos dias que passam e não voltam, e, o que ficou para trás? Apenas lembranças boas, e ruins, mas, o que é esse bom, e, ruim? Por se tratar dos homens é natural tanta desarmonia e brigas, com nossa razão de ser, com a natureza que milenarmente denomina-se “pecado”. Eu vi tão pouca coisa dos teus olhos que o sol ofusca, sei que um jovem ambiciona os desejos do corpo, os prazeres servidos na taça da rebeldia inconseqüente, que num momento, termina em um nada, do que sempre foi, somos pequeninos comparados com as estrelas, e elas, não reivindicam superioridade a nós, tristes navegantes do desconhecido, eu penso que estou vivendo algo, e, me perco nos sonhos, sem razão e nulos de qualquer futuro, existir pra quê? Alguns imaginam isso, como eu que não entendo minha própria alma transparente, mas, palpável, vida de mortal não é fácil quando a indecisão de lutar por um ideal se perde, no vazio de um muito distante agora, longo e perdurável, eu penso, penso e me vem o fluido que me inebria interiormente, e, sufoca-me, quando um sentimento bonito surge, tenho vergonha, porque, sou culpado de nunca esse ser belo ter ouvido nem me tornado amigo, isso é digno de um questionador de uma tão majestosa dádiva? Que desse de tua mão acolhedora para criaturas tão perdidas e sozinhas? Deus eu tenho medo... Do que vem das novas eras que dizem um adeus atrás do outro, minha condição é fútil, e me faz correr pelos valados do pavor que me atraiçoa na noite da grande partida de todos nós, a morte, inicio de um exercício cansativo e covarde, começa cedo e termina não muito tarde, sendo evidente o por do Sol em Marte, ou Netuno, não fazer a mínima diferença para a vida aqui dos que respiram sonhos ou pesadelos, na direção desse sistema saber qual é o motivo de existir, nunca passará essa ingênua dúvida de um perder de tempo, que impede o progresso para a felicidade, que tardia, ou adiantada é necessária para o plano da perfeição do teu amor na terra para com todos os seres, que vagueiam pela Senda da sombra calada, mas, contemplativa de nosso estado único. Ó Deus tem misericórdia dos que muito escrevem, e, obtém uma conclusão tristemente seca dos persistentes erros, eu vivo, e, nem sei se já estou morto, eu choro, e, nem percebo que estou alegre, na medida, em que, o tempo avança o céu fica mais azul, e preferimos estar dormindo no frio do quarto da insensibilidade morta e ignorante, com a fantástica descoberta que lá fora existi mais que delírios de uns loucos, rabugentos e resignados, com o ruminar de coisas velhas que atrapalham o andamento dos coxos sadios, eu sou uma alma, e ninguém pode distanciar isso de mim mesmo, sou um espírito que perde tempo com as delicias de poder respirar, e de gritar, mesmo às vezes não sendo ouvido, sou um mudo atrevido com os verbos do silencio, é difícil isso? É! Mas dentro de cada um vai o rio que desemboca num destino que pode ser mudado, e, nunca em quanto for permitido alterado, mesmo pelos demônios da inércia sem nenhuma revolta, mas apenas por aquele que nos fez como realmente somos “barros com vida” e se desmanchado tudo isso se faz a maravilhosa revelação de sempre ter o propósito, a, escolha, e, as perguntas que resolvem a questão de não apreciarmos a ignorância do germe que cresce dentro em nós, e essa aliança consigo mesmo sobe ao teto do inconsciente mistério, revelador e perto que se chama “vida” que continua a vasculhar o horizonte infinito das idéias.