Sensacionalismo intelectual
O terreno das idéias é vasto e mal explorado. A luta pelo convencimento é ferrenha. Se a verdade não existe, então tudo é permitido, inclusive partir para um ataque verbal.
Utilizando-se de uma grande falácia, muitos metido a intelectuais acabam apelando para atitude mais torpe de todas: atacar, sem dó nem piedade, a vida pessoal do seu oponente e não a teoria desenvolvida pelo mesmo. Nesse caso não se busca entender uma visão de mundo, mas apenas coisificá-la.
No geral, as pessoas dão mais ouvidos para os difamadores de plantão do que aqueles que buscam chegar à solução de um pensamento voltado para um embasamento prático e racional. O importante para o sensacionalista é chocar a opinião pública.
Dessa forma, a vaidade intelectual chega às raias da loucura e tudo que importa é tentar desestruturar ainda mais o difamado, colocá-lo no chão e pisar até ele sangrar e perder toda a razão. Para isso, pode-se partir para agressões verbais, exigir mais leituras, atacar a classe econômica, explorar sua timidez ou fofocar para alguém sobre sua vida pessoal.
Como dizia o filosofo inglês Thomas Hobbes: o homem se julga mais sábio do que realmente é. Sendo assim, antes de entrar em um debate, muitos têm a certeza que domina um assunto no qual muitas vezes nem ele mesmo sabe o que está falando. A credibilidade, então, passa a ser zero!
Os ataques não param por aí. O oponente pode ser rotulado de burguês, lascivo, conservador, reacionário, burro, alienado, infeliz…
E assim caminha o sensacionalista intelectual: cada vez mais exaltando a si e difamando os outros.
Publicado em Cotidiano no blog Sagaz, em 19 / junho / 2010