A Menininha do meu sonho
No céu, veja, ao lado da Lua a linda Vênus. Perceba o quão misterioso é o universo, para onde quer que olhe infinitudes. Caio em Terra, em terras espanholas, numa Praça Maior, não sei se era apenas sonho ou se vivi em outros tempos. Um cenário de época em meus sonhos noturnos? Eu a acompanhava em suas andanças, por onde ia, eu a seguia, me encantando a Menininha. Conduziu-me, em fim, a uma biblioteca, onde uma família ao redor da mesa jantava livros. Seria minha mente? Ela estava em minha mente. A pequena dos cabelos escuros até o ombro, do vestidinho e dos sapatinhos pretos. Meu sonho, minha mente, que jeito diferente de conversar. E eu a escutei, em suas doces palavras ditas pelo olhar. Que divertido nosso silêncio. Via aquela família, aquela pequena criança, como um observador prestes a receber um recado valiosíssimo. Vi-a subir numa cadeira, delicadamente abrir o livro e recitar o seguinte trecho, "Existe um lugar onde as pessoas podem sonhar". A única vez que a escutei falar e não me lembro de sua voz. Estas palavras me sugaram e me levaram para fora da biblioteca, fui parar na Praça onde um tumulto surgia. A polícia estava a procura de quem ousou recitar tal trecho, e cada canto da Praça enchia-se de pessoas formando um círculo em volta de mim, e eu girava e as via, e girava, girava, girava...