Ai de mim que sei
Ai de mim que sei
Sei que os mais belos versos foram escritos enquanto seus autores sofriam.
Sei que as mais belas palavras de amor são escritas em meio ao abandono.
Ai de mim que sei que é mais fácil tirar inspiração do sofrimento...
Ai de mim
Ai de mim que só sei o que sei por viver, por sofrer, por amar e não ser amada...
Meu lamentar não encanta, não adorna meu pesar, um desabafo apenas, não inspira e nem traz de volta o que se perdeu. As palavras voam sem direção, talvez nenhum ouvido as ouçam e nenhum leitor se interesse pelo amor que se vai que de longe se vê, que inalcançável passa sem perceber o quanto fez chorar quem só queria o conhecer. Injusto esse tal de amor que faz nascer à esperança de ser feliz e depois a arranca do pobre coração que lhe deu confiança.
Por que em um dia dizer que ama e no dia seguinte se contradizer sem pudor? Por que alimentar uma ilusão? Por que fazer meu coração conhecer a felicidade sem a intenção de mantê-la?
Eu sei que minhas perguntas permaneceram sem respostas, sei também que tudo que começa; acaba, tudo que vem; vai. E infelizmente absolutamente tudo que nasce; morre.
Por isso o meu choro se vai pela noite que fria e cruel não perdoa ninguém, e me deixa na solidão ouvindo o eco de minha própria voz nos gritos de agonia que se repetem em minha mente...
Ai de mim que sei e deliberadamente invejo o não saber!