Aquela noite
Era de noite, mas não uma noite comum, a meu ver era a "noite". Uma noite não como outras, não como a de ontem, e nem como a de hoje ou outra qualquer por aí. Onde a imensidão, por vezes, tenebrosa, manda embora angústias isoladas no peito de alguém que chora. Uma daquelas nevralgias sem cessar, e que se infiltra por lugares estranhos que só os nervos entendem.
Todavia, a noite que eu vi, com meus olhos da alma e não os carnais, me fizeram descartar as falanças das bocas banais, que gostam de amar o fútil, sendo irrelevantes até em pensando. Tudo isso se firmou ao tamanho de um grão de areia escondido debaixo de uma pedra gigante, talvez a pedra encarregada por esconder escombros sem nexo, abomináveis.
Voltando aquela noite. Ah, mas aquela noite não sai da minha mente, ela estava tão silenciosa na sua infinidade de ser, não pude deixar de saborear cada segundo. Eu a reparei de todas as formas possíveis, mais que as outras noites, mais que outros dias e outras madrugadas.
Aos meus olhos e aos meus sentidos, todas as cores daquele instante pintaram-se em tela plana um desenho vistoso, do momento crepúsculo ao amanhecer.
Aquela noite será marcada ao som meus pensamentos mais recônditos.
Foi o momento em que beijei o céu só para poder encostar na noite.