VIVER É RISCO

NO INÍCIO DA MADRUGADA DE 12 DE FEVEREIRO DE 2014

Já sonhei e tentei viver sem correr riscos, como se isso fora possível. Por esse engano, acumularam-se erros sobre a minha cabeça e a minha vida, erros que eu não podia compreender porque buscava fazer sempre tudo certo e se tanta coisa dava errado atribuir tais erros a quê?

Depois que compreendi e aceitei que a vida é risco, nem por isso deixei de cometer erros e como! Compreendi que cada gesto, por mínimo que seja ou que pareça ser, nunca deixa de gerar consequências, consequências que, muitas vezes, fogem a qualquer previsão.

Seja como for, antes o erro que a omissão. Um erro pode ser consertado; para se consertar uma omissão, quase sempre é sempre tarde demais.

Por ação ou por omissão paga-se sempre algum preço. Desde o silêncio e a palavra, a vida é risco, risco e risco. Não há onde disto se esconder.

De todo modo, há em mim uma saudade infinita do tempo de inocência em que eu sonhava poder existir sem correr riscos, achando que, sem correr riscos, eu não seria capaz de errar.

Tornei-me este ser errante, este ser que erra pela vida, mas, algo permanece do ser que fui: errante mas, sempre com o sonho de querer acertar e de nunca fazer o mal. Isso não mudou, graças a algum Deus.