Questionamentos sobre o amor e a paixão.

Pairando sobre minha mente uma inquietação imbecil... Daquelas que nos pegam de surpresa... Não sei mais como reagir. Não sei o que fazer. Só sei que estou presa a condições inóspitas. E estou navegando... Num mar de (des)ilusões extemporâneas. Quero dizer: fora de seu tempo. Fora de seu percurso. Eu não vejo razão para continuar a delinear a minha inquietação imbecil. Imbecilidade é a palavra. Eu não sei que rumo tomar. Eu não sei de mim. Quiçá você me entenda! Estou embriagada: literalmente embriagada. Eu não quero mais me prolongar, no entanto tenho de lhes dizer algumas verdades entaladas na garganta. Elas gritam aos meus ouvidos como alucinações externas. Não posso mais escolher palavras, elas vêm sem permissão, elas chegam repentinamente. Elas, simplesmente, batem na minha porta. Eu não posso mais segurar as minhas palavras. Elas continuam a aproximar-se num ritmo colérico. Há um grande vazio no âmago delas. São feitas de Nada. Freneticamente, alcanço seus sentidos que, em realidade, me escapam. Do que estou falando? Estou literalmente embriagada. Todos os tipos de sensações me atiçam. Estou apaixonada. Agora vou falar-lhes: estou completamente apaixonada. E essa paixão me inspira. Inspira-me a escrever frases líricas e desconexas. Entendo a entropia do universo, mas a desobedeço. Faço a máquina universal se desestruturar. Enfim, estou apaixonada ( e embriagada).

Mas que verdades? Aquelas que estão suspensas no ar. Elas estão entaladas. Ainda não falei sobre elas: passei um parágrafo enrolando. Agora tenho de lhes falar. Trata-se de certos questionamentos que me levaram a constatações óbvias, no entanto especiais. Falo do amor e da paixão. Estes sentimentos tão surrados e corriqueiros estão me sufocando. E essa dor me traz prazer. Primeiramente, cheguei à conclusão que o amor é impalpável, logo uma queda infinita em direção à essência, ou seja, você tenta alcançá-lo, mas nunca poderá. Ele paira, nunca toca. Então, o amor é intocável.

Como disse: estou apaixonada! É me apaixonei. Logo eu que disse que não iria me apaixonar. A paixão é uma mistura de atração com encantamento. Algo não apenas físico ou de pele, mas a nível mental também. Pelo menos, é o que penso. A inquietação ( sobre a qual não ia mais falar) deriva dessa paixão que por natureza é desenfreada.

Amor e paixão nem sempre caminham juntos. Afinal o que é amor homem-mulher se não é o mesmo que paixão e difere de um amor fraternal por exemplo? Sempre tive essa dúvida. Se acaba a paixão, o que resta não será,apenas, amizade, cumplicidade, afeto? Ou, realmente, existe um amor homem-mulher que não é o mesmo que paixão, nem o mesmo que amizade? Sobre esse questionamento ainda não tenho uma resposta.