Lembranças de nós dois,,,
LEMBRAR DE MEU PAI É,,,
olhar pra mim mesma. Pessoa querida por todos, mas de poucos amigos. Observador nato, fazia críticas apuradas e com certo humor. Mesmo entre muitas pessoas, parecia sozinho. E quando sozinho era como se estivesse entre muitos. Apreciava as reuniões em família, porém não conseguia ficar muito tempo longe de si mesmo. Sua melhor companhia. Sentado à beira do rio, ficava horas a contemplá-lo. Pra onde ía? Por quem esperava? Era o que muitos me perguntavam. Eu não sei por qual caminhos seus pensamentos o levavam. Talvez se escrevesse teria nos deixado algumas pistas sobre o seu 'eu poético'. Pessoa de poucas palavras. Respondia exatamente o que lhe perguntavam. Nada mais, nada a menos. O suficiente. Mas sempre que o solicitei, Ele soube, perfeitamente, me dizer o que fazer. Sofria com as injustiças, principalmente quando Ele as cometia. Chegava a adoecer. Porém o enfrentamento nunca foi o seu forte. Intolerante a dor e a frustração. A solução era a fuga de si mesmo. Suscetível ao que lhe fizesse perder os sentidos, pra não sentir. Não sabia dar carinho, preferia manter a distância, por vezes com certa frieza, mas não tenho dúvida que amava. E que lhe faltava amor. É, lembrar de meu pai é,,,olhar pra mim mesma.