Colapso (Um texto sobre o amor)
Quando nos aventurarmos sobre a travessia incerta de um sentido tão comum, talvez não percebamos a profundidade da maré sobre os pés. É assim que age esse movimento tão peculiar e até mesmo duvidoso em certas ocasiões. Nosso corpo não interage a nu e cru com a alma, o que desaponta o início de tudo. Logo mais, a mente trabalha ardilosamente buscando a redenção de todas as outras formas de se fazer tudo indiferente.
Desde os primórdios da sociedade até os dias atuais discurssões sobre analogias diferentes arrebentam correntes e estilhaçam vidraças das mais subjetividades possíveis. Será que amor é um veneno criado pelo homem para gerar as mais belas ou tristes histórias de acontecimentos ou um simples sentimento de atração ou de carinho compartilhado de maneira abrangente? O fato é, somos todos envolvidos na mesma dança. Sabe lá quem justifica os meios.
Vejamos o caso de quem se rende ao amor entre um homem e uma mulher pela primeira vez. A menina, no caso, solitária, conhece um rapaz ao qual se apaixona e com ele passa dias conversando e, se não tiver conversa com ele no dia, para ela o dia passa a ser incompleto, sendo que, isto é uma concepção em que a menina gera um conflito diário com ela mesma sem perceber. O rapaz, que ainda não se sabe se gosta ou não da menina, se vai por valer das conversas sem nenhuma afinidade deixando-se levar pelos fatos. Aí é que entra o pensamento contraditório. O rapaz começa a gostar sim da moça e daí zelam para um amor e um relacionamento. E o amor alimenta a fé, o espírito.
Mas, e quando tudo termina? Se é que quando tudo termina? Os acontecimentos são bem diferentes. A eternidade de um amor talvez não se dure o bastante e isso não é novidade nenhuma. O que fica para alguns é segredo, para outros não é nada. Na maioria das situações é cada qual no seu canto e cada qual com a sua dor.
Love, love will tear us apart, again. – Ian Curtis