Mas, o que é o amor?
O amor não lembra do que precisa porque não precisa de nada do que acontece depois do nada, ainda que aconteça. Confunde para se chegar ao mistério, embaralha para não se ouvir, perde-se no próprio amor a capacidade de amar. Amor é comer a fruta do chão, o chão da fruta, queimar os papéis, os compromissos, os telefones onde havia nomes, não se demorar em versos, se demorar no assobio do que poderia ser um verso, é uma amizade que não foi compreendida, uma lealdade que foi quebrada, é um desencontro por dentro.
(DéliaMinho)