Com meus botões...

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Ao conversar com meus botões, apertando um botão daqui, outro dali... de repente, entre um botão e outro, demo-nos conta (eles e eu) de que não se trata apenas de uma maneira figurativa de falar, tais botões existem realmente...

E não são poucos, ao contrário, são vários...
Então, conversando com um e outro, primeiro questionei alguns:


♦ Afinal, quem são vocês?

♦ Em quantos são?
♦ Desde quando estão aí?
♦ Para que servem?

Esse papo cabeça evoluiu para uma acalourada discussão até chegarmos à algumas conclusões:

Toda cabeça possui  seus botões;
Cada cabeça porém, possui botões singulares;
Pensamos que todos os botões têm a mesma função e, deduzimos que a função primeira trata-se de ligar pensamento e sentimento;

Aí começaram a surgir dúvidas, se a função de cada botão é ligar o pensar e o sentir, porque são tantos botões então?

Ah, penso que entendemos... certamente, é porque cada botão pertence, especificamente, a um sentimento, quando se sente determinada emoção, aquele determinado botão o liga ao nosso pensamento, a partir de então nossas decisões, ações ou reações ocorrem desta ou daquela maneira, conforme orientados pela razão e emoção...

Hummmm... então, se cada botão liga o sentir ao pensar, embora todo ser humano possua sentimentos semelhantes, cada pessoa tem sentimentos diferentes de acordo com suas vivências. Logo, o botão do seu sentir irá ligar-se ao seu pensar conforme o seu sentir... (isso parece tão óbvio!) 

Ok... meus botões não pararam mais de conectar-se entre si e, quase em meio a uma pane, meus botões e eu, chegamos a uma outra conclusão, diga-se, contundente. Concluímos que até aí tudo bem...
A questão é que não somos máquinas, analogamente, por essa linha de raciocínio, sabemos que também nós corremos o perigo de sofrer um curto circuito, caso nossos botões se liguem automaticamente, ou melhor, se deixem conectar pela influência alheia...  Ai, ai, ai... aí nosso pensar encircuita! Desconecta-se o raciocínio, dá um 'tilt' geral, e passamos a agir impulsivamente, balizados somente pelas emoções... 

Muitas vezes nossos botões caem em ciladas desta feita, nos expõem ao risco de nos tornarmos reféns do controle externo e, reagindo na base do 'toma-lá-dá-cá' enganamos a nós mesmos, quando pensamos dar respostas à altura, na verdade, na maioria das vezes, acabamos nos tornando subservientes às atitudes ou palavras dos outros... 

Há que cuidar-se dos botões...
Eh, penso que cada um de nós necessita cuidar dos seus botões, conhecê-los melhor, procurar entender a quais sentimentos este botão pertence, o que liga aquele, como impedir a ligação automática deste, por que se liga assim ou assado, oxalá, compreender nossa dinâmica interna e a quem nossos botões obedecem...

Enfim, nos desafiando no exercício desse game de botões neuropsicoafetivos, certamente, nos conheceremos melhor. O autoconhecimento é essencial para qualificarmos nossas ações e reações... Somente nos conhecendo melhor somos capazes de agir racionalmente e com maior lucidez, para nos independizar da influência das teias sociais, tornando-nos pessoas autônomas capazes de viver com menos estresse e maior equilíbrio emocional, apesar das circunstâncias externas...

Clic! Apertei o botão stop, por hoje chega!
Cansei de acionar botões, vou-me agora olhar as rosas e sentir o perfume dos seus botões...


 
Gelci Agne
Enviado por Gelci Agne em 30/01/2014
Reeditado em 31/01/2014
Código do texto: T4670389
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