Mundo de Veludo.
Enquanto brincávamos de sermos gente grande,
Tingindo de esperança as nuvens de algodão,
A chuva lá fora era cinza,
O suor da janela era de solidão.
Aqui as cores brincavam de vida,
E os sonhos exalavam um perfume sem igual,
Não lembro de sentir medo,
Ou de desejar outro momento senão aquele.
A luz dos meus olhos faziam um clarão,
Que escuridão nenhuma ousava tentar invadir,
Brincar de ser feliz era a melhor opção.
Pois não tínhamos medo de viver,
As lembranças ficavam bem guardadas
Em caixinhas douradas ao lado da cama.
Meus pés eram leves, eles tocavam o teto,
E de ponta cabeça eu via tudo diferente,
Não quero acordar desse sonho de olhos abertos,
Onde não conheço dor, e nenhum tipo de outro sofrimento,
Tudo me permite sonhar, sonhar dormindo,
Acordado ou em qualquer lugar,
Esse é meu mundo,
E ninguém pode me roubar ele,
Pois ele sempre será meu refúgio,
Quando a realidade não estiver tão interessante.