Natureza e representação
Natureza ou representação?
Palavra ou coisas?
Seres?
A natureza é mistura e nela, imersos, estamos todos nós.
Imersos na natureza um olho nos espia.
Quem será?
Não dá pra dizer, mas cabe perguntar.
É um olho místico e transcendental, que espia (nos), ou
É o olho da nossa própria imaginação a nos auto-observar?
O que vê esse olhar?
O que de nós deixamos esse olho ver?
Temos esse poder?
Imersos na natureza de nós saem lampejos de afetos, sentimentos, imaginação...
Dispersões de nós mesmos, que vagam pelos ares e deixam um rastro, resquícios de nós.
O que será essa nossa dispersão?
Imersos na natureza o olho que nos espia vê aquilo que nos escapa de nós mesmos.
Nuances de luz e sombras, brilho opacidade, olfativas, formais, sonoras.
Aquilo que de nós é mistério e que não pode ser capturado pela representação.
Nem sempre é perfumado, mas sempre é sublime, porque coisificado, não fica não.
Exala, evapora... Transcende para sempre ser.
O que será?