EU MULHER...
"Não busco encontrar-me em meio a multidão...
Entretanto persevero em conhecer-me como ser humano e acima de tudo na condição de mulher.
Entendo que em tal situação não preciso que digam-me o que fazer, ou que tracem metas das quais eu não encaixo-me.
Sinto-me perfeitamente apta para desenvolver em mim valores e direitos natos, apenas preciso que saiam de cima de mim e permitam-me florir.
Recuso-me a fazer coisas que não tenho nenhuma vontade ou aptidão.
Nem tão pouco acatar ordens descabidas de pessoas arrogantes e orgulhosas.
Ser mulher para mim é navegar em um mundo de oportunidades desconhecidas das quais esforço-me a conhecer.
É mostrar-me ao mundo como sou e acima de tudo, saber expressar-me com inteligência desenvoltura sem ser leviana, fútil e a dona da verdade.
Quero abolir de minha vida qualquer visão distorcida de que sou frágil submissa e de que dependo de um homem para viver.
Durante anos acreditei realmente nisso não nego, mas agora quero aguçar meu senso de iniciativa, como faço agora escrevendo e rompendo as barreiras das quais vivi.
Não sou feminista, mas o conjunto de normas que outrora governavam-me a vida deste meu pai até marido e filhos, não mais tolhem meus passos como mulher.
Sei que vivo num mundo do qual o machismo preconceituoso, inconsciente ou não ainda impera sob a bandeira de que a mulher tem que obedecer cegamente ao homem...
Sem nenhuma pretensão de ofensa mas já deu para mim!
Todos os preconceitos crenças estão armazenados em meu mundo interior, e é por ele que estou começando a desatrelar toda situação desgostosa que vivi e ainda vivo, por saber que as mudanças não funcionam como um passe de mágicas.
Necessito ser amada e compreendida sim, não como um ser que serve ao outro, mas como alguém que respeita e compartilha comigo a liberdade de viver a dois.
Escrito Por Clemilza Maria Neves de Oliveira