O Maltrapilho
Em Lucas 18 um jovem rico vem até Jesus perguntando o que ele deve fazer para herdar a vida eterna. Ele quer ser colocado no centro das atenções. Não é coincidência que Lucas coloca a passagem de Jesus com as crianças nos versículos que imediatamente precedem a história do jovem aristocrata. As crianças contrastam com o homem rico simplesmente porque não há como discutir elas terem sido capazes de merecer o que quer que seja. O ponto central de Jesus é o seguinte: não há coisa alguma que qualquer um de nós possa fazer para herdar o Reino. Devemos simplesmente recebê-lo como criancinhas. E criancinhas não fizeram ainda coisa
alguma. O mundo do Novo Testamento não tem uma visão sentimental a respeito de crianças e não nutre qualquer ilusão sobre alguma bondade inata nelas. Jesus não está sugerindo que o céu é um imenso playground. As crianças são nosso modelo porque não têm qualquer pretensão ao céu. Se estão mais próximas de Deus é porque são incompetentes, não porque são inocentes. Se recebem alguma coisa, tem de ser de presente. Paulo escreve em Efésios: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie" (2:8,9).
O Evangelho Maltrapilho.